Rum



O rum é uma bebida alcoólica obtida a partir da destilação do melaço de cana-de-açúcar. O rum é uma bebida secular, de características refinadas e aroma suave.
Originalmente, era produzido em Cuba(século XVI). Feito de canas frescas trituradas ou do seu melaço, a bebida começou a ser apreciada no século XVII, quando foi divulgada como um poderoso medicamento capaz até de “exorcizar os demônios do corpo”. Conta-se também que seu alto teor alcoólico (de 40 a 75°GL) o fez famoso entre os piratas do século XIX, os encorajando antes dos combates e servindo como moeda de troca de escravos.
Na verdade, ninguém sabe ao certo onde o rum nasceu, nem quando. Sabe-se, porém, que ele foi o combustível da era dos descobrimentos. Os relatos das grandes expedições estão cercados de rum. Tanto nos navios piratas quanto nos ibéricos de Cabral e Colombo e nos ingleses, a bebida era provimento obrigatório. Atribui-se a isto o fato de o rum ser fabricado e consumido hoje em todo o mundo, até mesmo em países nem um pouco propícios ao plantio da cana de açúcar, sua matéria-prima, como é o caso da Alemanha.
O rum pode ser feito de duas formas diferentes: a agrícola e a industrial. Em ambas, o resultado é uma bebida cristalina. Quanto à cor dourada encontrada em alguns tipos da bebida, deve-se ao envelhecimento em tonéis de carvalho ou à adição de corantes caramelo. Os envelhecidos são muito mais caros e, pelo seu sabor peculiar e característico, devem ser consumidos puros ou com gelo.
Classificação
O rum é o principal ingrediente de muitos drinques famosos, como o Cuba Libre e Mojito. É produzido principalmente nas ilhas do Caribe. A grande quantidade de países produtores de rum se reflete na gama de variedades da bebida. As principais são:
Rum encorpado: é o rum escuro. Têm corpo e aromas marcantes e é originário da Jamaica, Martinica,Trinidad e Barbados;
Rum aromático: além do melaço da cana, contém bagos de arroz vermelho. Produzido principalmente na Indonésia, é levado para a Holanda e a Suécia para ser engarrafado e utilizado na fabricação do ponche;
Navy Rum: é um dos mais encorpados. Produzido na Guiana e em Trinidad e Tobago;
Rum cubano: rum leve, com teor alcoólico de 40°GL, pode ter coloração transparente (para coquetéis) ou dourada;
Rum da Jamaica: o mais forte de todos os tipos de rum. Tem teor de quase 75°GL, e geralmente é exportado para a Inglaterra, onde é envelhecido em tonéis de carvalho por muitos anos;
Rum da Martinica: encorpado, é feito do suco da cana no lugar do melaço;
Rum de Barbados: excelente qualidade, é leve e tem sabor acentuado;
Rum de Porto Rico: figura entre os tipos mais famosos de rum, é leve e de qualidade. A marca mais famosa é a Bacardi, exportada para todo o mundo, inclusive para o Brasil. O rum Bacardi é leve, bidestilado e utiliza o melaço da cana e também o seu suco.




Gin




O Gin é uma das mais famosas bebidas do mundo.A sua aparição é mais recente em relação às outras aguardentes. Foi no século XVII que o Dr. Franciscus de la Bõe, também conhecido por Dr. Sylvius, apareceu com uma receita de Gin. Na altura chamava-se Geniévre e era utilizado apenas como um produto medicinal barato e de ótima qualidade diurética, devido à utilização do Juniper Berry (zimbro). Da combinação da aguardente obtida com a adição do zimbro, depressa foi considerado pelos holandeses como um tónico purificante para conservar a boa saúde. Simultaneamente o nome foi adotado pelos holandeses como Genever, nome que ainda hoje usam e que é apenas a palavra holandesa que traduz juniper.
No reinado do rei britânico Guilherme III, a Genever foi introduzida na Inglaterra. Inicialmente, foi apenas chamada Hollands e foram as tropas britânicas que começaram a chamar Gin à Genever, como abreviatura. Tudo isto se passou em pleno século XVII.No século XVIII, no reinado da rainha Ana, os produtores britânicos de Gin tiveram uma ajuda preciosa: maiores taxas nas bebidas importadas e alívio sobre as bebidas britânicas. Esta medida serviu de incentivo e foi a partir dessa altura que os ingleses, já rendidos às qualidades do Gin o adotaram como bebida nacional.Por ser de fácil produção, o Gin foi durante muitos anos produzido ilegalmente. Apenas uma firma detinha o monopólio da sua produção. Por ser uma bebida barata foi considerada uma bebida para os pobres e ao mesmo tempo como produto medicinal. Era receitada nas farmácias às mulheres como relaxante para os nervos.Por este motivo o Gin teve também diversos sub-nomes: "A Delícia das Senhoras" ou "A Ruína das Mães".



Tipos de Gin



Os tipos de Gin mais conhecidos no mercado são:- London Dry Gin- Old Tom Gin (já quase extinto)- Plymouth Gin- Sloe Gin- GeneverLondon Dry Gin: O mais famoso e vendido em todo o mundo. É muito seco e apresenta-se incolor.Old Tom Gin: O famoso "Tom Collins" era, inicialmente, feito com este tipo de Gin que é adocicado. Atualmente é difícil encontrar este Gin no mercado, por estar quase extinto.Plymouth: É um Gin seco e incolor que durante muitos anos foi o Gin preferido da marinha inglesa. Tem um aroma mais acentuado do que o London Dry Gin. Inicialmente produzido na escura abadia de Plymouth, continua a produzir-se no mesmo local e pelos descendentes da família que começou a fabricar.Sloe Gin: A este Gin, depois de destilado, é adicionada uma infusão de ameixas bravas (sloeberries) que lhe dá um sabor diferente e o torna avermelhado.Este tipo de Gin é, normalmente, envelhecido em cascos de madeira. A sua graduação alcoólica é de 27º aproximadamente.Produz-se na cidade de Plymouth, embora algumas firmas, como a Gordon's, tenham uma linha de produção de Sloe Gin.Genever/Gin Holandês: Como já foi dito, a Genever deu origem ao famoso Gin. No entanto, devido às suas características a Genever merece uma análise mais profunda. A Genever pode também ser rotulada de "Hollands" ou "Schiedam" (nome da cidade onde predomina a sua produção).Existem pelo menos, quatro versões de Genever:
Jonge (Young/Nova) » Apresenta-se incolor, suave e é de todas a mais popular.Onde Jenever (Old Genever/Velha) » Este tipo de Genever tem um tom ligeiramente amarelado, devido a um curto período de envelhecimento. Na sua composição há uma maior quantidade de malte. Tem um sabor mais acre do que a Genever nova.Citronengenever » É uma Genever com sabor de limão bastante acentuado. A sua cor é amarelo-limão. Deve beber-se muito fria. A firma fabricante deste tipo de Genever é a Bols. Consome-se quase exclusivamente na Holanda.Bessen Genever » Pelas suas características assemelha-se a um licor. A sua cor é vermelho-escuro, semelhante a um cherry brandy e é bastante espessa. Deve beber-se fria, tal como todas as Genevers.A Genever é sempre envelhecida, mesmo que seja por um período pequeno. É aromática, ainda que possua um aroma muito diferente de um London Dry Gin, por exemplo.



Produção da Genever



Produz-se a partir de cevada maltada e partes iguais de milho e trigo.Esta mistura de cereais é fermentada e em seguida destilada, em sistema Pot Still. Da primeira destilação obtém-se um espírito a que os holandeses chamam "Montwiju" (vinho de malte) e que serve de base aos vários tipos de Genever com qualidade.Na segunda e terceira destilação são-lhe adicionadas plantas aromáticas e quase sempre Alcaravia (Caraway).





Produção do Gin



O Gin é produzido a partir de vários cereais: milho, trigo, cevada e centeio. Pode incluir melaço e arroz. São-lhe adicionadas bagas de zimbro (elemento indispensável à quase totalidade dos Gins).




Destilação/Purificação


Misturam-se os cereais até ficarem numa massa que é depois cozida e fermentada. Em seguida faz-se a destilação no sistema Patent Still ou Coffey Still que deve, no mínimo, ter três colunas. A primeira destilação destina-se a purificar o espírito obtido, que é incolor inodoro e muito forte (totalmente neutro). A este espírito adicionam-se várias plantas aromáticas (Botanical Plants). É colocado num Pot Still e redestilado para obtenção do aroma ou paladar desejados.O método mais rápido para aromatizar o Gin (usado por alguns produtores) chama-se "Mistura Fria" e consiste em adicionar os aromatizantes a uma pequena porção de espírito neutro para se obter uma forte mistura concentrada a que se dá o nome de "essência".Esta essência é exportada para países que fabricam Gin, sob licença, e em cujo rótulo apareça a designação "destilled Gin". Embora não seja muito frequente pode encontrar-se outra designação, nalguns rótulos: "compound Gin" ou Gin composto. A este tipo de Gin são adicionados os aromatizantes sem ser necessária uma redestilação.




Envelhecimento


Normalmente, os Gins não são envelhecidos. No entanto, nos Estados Unidos da América, o Gin é envelhecido em cascos de madeira, obtendo uma cor amarelo-pálido (Golden Gin).


Engarrafamento


No momento em que se engarrafa o Gin adiciona-se água destilada, que tem como finalidade reduzir o teor alcoólico do Gin. A graduação alcoólica do Gin é de 40º, exceto o Sloe Gin, que tem 25º ou 27º.Na Alemanha a designação do Gin local é "Wacholder". Trata-se de um destilado neutro, obtido da mesma forma e aromatizado com Juniper Berry (Baga de Zimbro). O Steinhager é o Gin mais conhecido na Alemanha. Produz-se na cidade de Steinhagen, na Westphalia. Este Gin tem um forte aroma a baga de zimbro porque esta é fermentada ao mesmo tempo que os outros cereais e não adicionada. É incolor e aparece em garrafas de cerâmica. Deve beber-se frio e puro. A sua graduação alcoólica é de 38º.



Conhaque (Cognac)

Na antiguidade as aguardentes (eaux-de-vie) e os licores não eram conhecidos no Ocidente. Os primeiros a praticarem a destilação foram os povos do Extremo-Oriente. Quanto aos árabes, começaram a destilar o álcool nos primórdios da Idade Média, passando esse conhecimento aos europeus. Álcool, alambique, alquimia são todos os termos de origem árabe, sendo o al o artigo em árabe.
Se o desejo de beber está na origem do vinho, o desejo de agradar está na origem do álcool. Os árabes diluiam um certo tipo de pó negro em água, faziam-no ferver, condensavam seu vapor e depois solidificavam o líquido final. Obtinham assim o khol, com o qual suas mulheres embelezavam os olhos, dando-lhes mais brilho.
A técnica da destilação ganhou a Europa pela Espanha, onde foi introduzida pelos árabes durante a longa dominação no século XIII, Arnaud de Vinelleneuve, alquimista do rei de Aragão, escrevia no seu Tratado sobre a Conservação da Juventude: “alguns chamam esse líquido de aguardente (eau-de-vie), e este nome lhe convém, pois ele faz com que vivamos por mais tempo”.
Para ele, o álcool era a panacéia buscada há tantos anos, o exilir da vida, velho sonho dos alquimistas. Por causa dessa origem obscura, a aguardente nos seus primórdios passava por ter propriedades mágicas e afins terapêuticos. As frutas e as plantas que eram misturadas ao álcool melhoravam seu gosto e, diziam, aumentavam seu poder medicamentoso.
Assim, no silêncio de seus monastérios e laboratórios, enquanto buscavam o exilir da longa vida, os religiosos e alquimistas do início do século XIV descobriram os segredos de fabricação dos primeiros licores.
O século XVIII marcará uma nova etapa na fabricação de licores com a chegada à Europa do açúcar de cana das Antilhas e as especiarias que lhes davam sabor.
No início do século XIX, M. Adam inventou um aparelho de destilação tão perfeito que retirava do álcool todo gosto indesejável e permitia obter, por misturas bem dosadas de grãos e plantas, os sprits que são, ainda hoje, a base dos licores.
O CONHAQUE (COGNAC)
O Conhaque, juntamente com o Armagnac, é a mais renomada aguardente de vinho e é obtido através da destilação de vinhos brancos de cepas selecionadas ( Folle Blanche, Colombard, Ugni Blanc). Como a matéria-prima do Conhaque deve ser uma uva fraca e ácida, usava-se, inicialmente, a Folle Blanche, bem ácida e aromática. Depois da dizimação dos vinhedos pela phylloxera, na segunda metade do século XIX, como a Folle Blanche mostrou-se inadaptada à enxertia, foi substituída pela Ugni Blanc, também conhecida por St. Émilion (em Conhaque) e Trebbiano (na Itália).
Os vinhos produzidos com essas uvas são destilados segundo o método charentês (de Charente) num alambique de repasse, através de 2 destilações sucessivas. A première chauffe dá broullis de 27 a 30°, que retorna ao alambique e é fervido de forma regular por 12 horas. Isola-se então o álcool do início (tête) e o do fim da destilação (queue), guardando-se apenas a parte do meio (coeur). Apenas esta eau-de-vie, que se chama bonne chauffe, que alcançou de 69 a 72°, envelhecerá na madeira.
A extração de cor ( até então é um líquido incolor), taninos e sabores é conseguida durante o estágio em barricas de carvalho. Com a evaporação, que ocorre através dos poros de madeira, o oxigênio vai oxidar, maturar e afinar o Conhaque.
A evaporação é chamada de “ parte dos anjos “ e causa perda de 3% do volume e redução de 1% de teor alcoólico por ano. Isso representa uma enorme perda de volume por ano, cerca de 20 milhões de garrafas.
Utiliza-se o carvalho da floresta de Limousin, próxima a Conhaque, para a fabricação de barricas. O Maître de Chai faz a seleção dos Conhaques de várias regiões e os mescla. O caráter de cada Conhaque obtido será resultado das proporções dessa mistura e do seu envelhecimento.
Antes de chegar ao mercado, o Conhaque tem seu teor alcoólico reduzido para 40-45%, com a adição de destilados mais fracos da região ou água destilada. É permitida a adição de açúcar e caramelo à bebida.
LEGISLAÇÃO E REGIÕES

A legislação que regula a produção do Conhaque é bastante severa, existindo uma série de leis para normatizar a origem, o envelhecimento e as diferentes apelações. A região se limita aos departamentos de Charente-Maritime e Charente, dentro da qual existem 6 zonas de produção ou crus, cada qual limitada por diferenças de terroir. São as seguintes, por ordem decrescente de qualidade:
Grande Champagne
Petite Champagne
Borderies
Fins Bois
Bons Bois
Bois Ordinaries
APELAÇÕES DE ORIGEM:

Grand Fine Champagne Conhaque – 100% Grande Champagne
Fine Champagne Conhaque – mínimo de 50% Grande Champagne – máximo de 50% Petite Champagne
Petite Fine Champagne Conhaque – 100% Petite Champagne
DENOMINAÇÕES QUANTO AO ENVELHECIMENTO

Três estrelas – quando seu componente mais novo tem, no mínimo, 30 meses
V.O. e V.S.O.P. – Very Old e Very Superior Old Pale – quando contiverem aguardentes cuja idade mínima seja de 4,5 anos.
Extra X.O. (Extra Old), Napoléon, Grande Réserve – feitos com aguardentes de, no mínimo, 6,5 anos, até 60 anos.
Lembramos que a idade se refere apenas ao componente mais novo do blended, sendo a média de idade bastante superior ao que se lê no rótulo. Além disso, só se computa o envelhecimento em carvalho, pois não existe evolução do Conhaque após o engarrafamento

Historia das Bebibas


Champagne




" Todo Champagne é um Espumante,porém nem todo espumante é Champagne" 

"Espumante natural é o produto no qual o anidrido carbônico (borbulhas) é resultante de uma segunda fermentação alcoólica do vinho, em grandes recipientes (método Charmat) ou na própria garrafa (método Champenoise), com uma pressão mínima de 4 atmosferas a 20 graus C e com um conteúdo alcoólico de 10 a 13% em volume"

O nome Champagne só pode ser dado ao espumante elaborado sob condições especiais na região de Champagne na França. Conforme normas internacionais, este nome corresponde a uma Denominação de Origem (como o Cognac).Além de sofrer o controle quanto a produção média por hectare, a graduação alcoólica, a comercialização exclusiva em garrafas e a fermentação do produto;deve ser feita conforme o método Champenoise e com uvas Chardonnay, Pinot Noir ou Pinot Meunier.

"Eu só bebo champagne quando estou feliz e quando estou triste. . Às vezes eu bebo quando estou sozinha, mas quando estou em companhia, considero obrigatório. Eu me distraio com champagne quando estou sem fome e bebo quando estou faminta. Fora isso, eu nem toco nele, a menos que esteja com sede."

Cerveja


A cerveja é uma bebida fermentada que, acredita-se, tenha sido a primeira bebida alcoólica desenvolvida pelo homem. Uma cerveja é qualquer uma das variedades de bebidas alcoólicas produzidas pela fermentação de matéria com amido, derivada de grãos ou de outras fontes vegetais.
A fabricação da cerveja e de algumas outras bebidas alcoólicas é geralmente chamada Cervejaria (Brewer). Historicamente, a cerveja era conhecida pelos sumérios, egípcios e mesopotâmios, desde pelo menos 4.000 a.C. Devido aos ingrediente usados para fazer cerveja diferirem de lugar para lugar, as características (tipo, sabor e cor) variam amplamente.
Importantes fontes de informação, das quais se tem aprendido muito sobre as maneiras e costumes de nossos ancestrais, são pinturas feitas por artistas há muitos e muitos anos atrás. Para dar um exemplo, forma descobertas criptas reais antigas no Egito, com paredes pintadas que mostram aspectos do dia-a-dia na vida da comunidade com era há 3000 anos. Em uma das outras criptas a parede pintada mostra etapa por etapa como a cerveja era produzida naqueles tempo, através de pinturas feitas por artistas de aproximadamente 5000 anos.
Através dessa história aprende-se que os sumérios já tinham uma notável indústria cervejeira. Estes cervejeiros preparavam a cerveja a partir de um cereal que foi finalmente relatado como cevada. Eles foram os primeiros povos, que se tem conhecimento, que controlou plantios em largas escalas. A bebida alcoólica que eles preparavam, guardadas as devidas proporções, é basicamente a mesma cerveja que produzimos hoje.
Pelos contatos que os sumérios tinham com seus vizinhos, eles acabaram difundindo seus conhecimentos, primeiro para os assírios e os babilônios, e através destes, aos egípcios, israelenses e outros.
Mais recentemente a cerveja tornou-se popular no oeste europeu, onde os ingleses, os alemães, os holandeses e os belgas vivem hoje.
Em muitas outras partes do mundo, em especial nas regiões em que a cevada era desconhecida, o consumo da cerveja deu-se tempos, porque ela tinha que ser importada.
Desde o final do Século XIX cientistas têm imprimido um crescimento importante no desenvolvimento da qualidade de cerveja. Estes desenvolvimentos têm sido contínuos. Isso significa que podemos esperar mais progressos além de hoje.
Um resultado muito claro desses esforços combinados é que agora é possível fabricar cerveja com uma constante alta qualidade, praticamente em qualquer lugar do mundo.

Idade Média

A partir da Idade Média, os conventos assumiram a fabricação da cerveja que, até então, era feita de forma doméstica. No século X, conforme documentos encontrados num convento de St. Gallen, Suíça, os frades que produziam a cerveja, recebiam 5 litros diários para o seu consumo pessoal. Foram os monges que tornaram popular o uso de lúpulo como fator de amargor da cerveja. Neste mesmo século, o Rei Ludwig da Baviera decretou uma lei favorecendo aos conventos a fabricação de cerveja, e estabeleceu cotas para aristrocatas de acordo com suas categorias hierárquicas.
Os conventos mais antigos que iniciaram a produção de cerveja foram os St. Gallen, na Suíça, e os alemães Welhenstephan e St. Emmeran. Os beneditos de Welhenstephan foram os primeiros a receber, oficialmente, a autorização profissional para fabricação e venda da cerveja, em 1040 d.C. Com isso, esta é a cervejaria mais antiga do mundo em funcionamento e é hoje, principalmente, conhecida como o Centro de Ensino da Tecnologia de Cervejaria da Universidade Técnica de Munique.Os povos do norte da Europa descobriram a técnica da cervejaria não muito antes da era cristã. As primeiras bebidas celtas e teutônicas feitas de uma mistura de milho e mel originaram o “hidromel” de sabor ligeiramente ácido, o que levou ao desenvolvimento de fermentações lácticas. A cerveja sempre foi consumida em países onde o clima e o solo eram inadequados para a produção de vinho e de uva.

Origens

A origem das primeiras bebidas alcoólicas é incerta, mas provavelmente tenham sido feitas de cevada, tâmaras, uvas ou mel, sendo a cerveja uma das bebidas alcoólicas mais antigas do mundo. Mas, foram os gauleses os primeiros a fabricá-la com malte, isto é, cevada germinada.
Há evidências de que a prática de cervejaria originou-se na região da Mesopotâmia onde, como no Egito, a cevada cresce em estado selvagem. No Egito, a cerveja ganhou status de bebida nacional, até com propriedades curativos, especialmente contra picadas de escorpião. Consta que os egípcios gostavam tanto da bebida que seus mortos eram enterrados com algumas jarras cheias de cerveja.
Tem-se que a cerveja feita de cevada maltada já era fabricada na Mesopotâmia em 6000 a.C. No 4º ou 5º milênio a.C. já existiam diversos tipos de cerveja, sendo que no Egito, aparentemente, a cerveja era bebida nacional e de grande consumo, inclusive nos ritos religiosos, quando era ofertada ao povo.
Documentos históricos mostram que em 2100 a.C. também os sumérios, um dos povos civilizados mais antigos, alegravam-se com uma bebida fermentada, obtida de cereais. Na Suméria, cerca de 40% da produção dos cereais destinavam-se às cervejarias chamadas “casas de cerveja”, mantidas por mulheres.
A cerveja é tão antiga quanto o pão, pois era obtida a partir da fermentação de cereais como cevada e trigo. A cevada era feita por padeiros devido à natureza da matéria-prima utilizada: grãos de cereais e leveduras. A cevada era deixada de molho até germinar e, então, moída e grosseiramente moldada em bolos aos quais se adicionava a levedura. Os bolos, após parcialmente assados e desfeitos, eram colocados em jarras com água e deixados fermentar. Esta cerveja rústica ainda é fabricada no Egito com o nom de Bouza.
O lúpulo, assim como outras ervas aromáticas, tais como o zimbro, hortelã e a losna, podia ser adicionado à cerveja para corrigir as diferenças observadas no sabor.
Há 15 séculos antes, um fragmento de cerâmica mesopotâmica, escrito em sumérico-acadiano de 5000 a.C., dizia que fabricar cerveja era uma profissão bem estabelecida e muito respeitada. Os gregos aprenderam a técnica da cervejaria com os egípcios e também usavam lúpulo. Os romanos aprenderam com os gregos e a introduziram na Gália e Espanha sem, contudo, usarem lúpulo até o século VIII.
Os chineses foram os primeiros a preparar bebidas do tipo cerveja obtida de grãos de cereais. A “Samshu”, fabricada a partir dos grãos de arroz, e a “Kin” já eram produzidas cerca de 2300 a.C.
Em 500 a.C. e no período subseqüente, gregos e romanos davam preferência ao vinho. A cerveja passou então a ser bebida das classes menos favorecidas, muito apreciada em regiões sob domínio romano, principalmente pelos germanos e gauleses. Foi nessa época que as palavras cevisia ou cerevisia passaram a ser utilizadas pelos romanos, em homenagem Ceres, deusa da agricultura e da fertilidade.
Você sabia que o professor Paul Haupt, da Universidade de Virgínia, em 1926 d.C., traduzindo uma tábua cuneiforme assíria encontrada nas ruínas de Nínive, afirmou que parte do carregamento da “Arca de Noé” era cerveja?

Século XVI

Uma curiosidade é que a cerveja já era conhecida na América antes de Colombo, que teria ganhado dos índios cerveja de milho. Entretanto, foram os ingleses, em 1548, que introduziram a verdadeira cerveja.
Na Antiguidade usava-se para a elaboração da cerveja uma variedade imensa de ingredientes para aromatizar o produto, como folhas de pinheiro, cerejas silvestres e variadas ervas. Para regularizar o processo de fabricação da cerveja, o Duque Guilherme IV da Baviera, decretou em 1516 d.C., a Lei da Pureza. Essa lei, a mais antiga conhecida do mundo, determina que os ingredientes que podem ser usados na fabricação de cerveja são: cevada, lúpulo e água. A levedura de cerveja ainda não era conhecida e, somente mais tarde foi incluída na lei.

Século XIX

Enquanto na Antiguidade o que caracterizava o processo de fabricação era a experiência e a tradição, a partir do século XIX, o fabrico da cerveja pe dominado pela ciência e pela técnica. Até o evento de Louis Pasteur, a fermentação do mosto era natural o que, normalmente, trazia prejuízos aos fabricantes. O notável cientistas francês convenceu os produtores a utilizarem culturas selecionadas de leveduras para fermentação do mosto, para manter uma padronização na qualidade da cerveja e impedir a formação de fermentação acética. Pasteur descobriu que eram os microorganismos os responsáveis pela deterioração do mosto e que poderiam estar no ar, na água e nos aparelhos, sendo estranhos ao processo. Graças a esse princípio fundamental, limpeza e higiene tornaram-se os mais altos mandamentos da cervejaria. O nome de Louis Pasteur é lembrado através do termo “pasteurização”, método pelo qual os microorganismos são inativados através do calor.
Outros dois grandes nomes estão ligados ao desenvolvimento da fabricação da cerveja. Emil Christian Hansen e Carl Von Linde. O primeiro, em função do desenvolvimento do microscópio, descobriu também células de levedura de baixa fermentação, pois antes eram somente conhecidas leveduras de alta fermentação. Ele isolou a célula, que foi multiplicada sob cultura pura. Como a levedura influencia fundamentalmente o sabor, esta descoberta permitiu a constância do sabor e da qualidade.
Carl Von Linde desenvolveu, através da compressão, a Teoria da Geração de Frio Artificial com sua máquina frigorífica a base de amônia. Com isso, a produção de cerveja pôde, desde então, ser feita em qualquer época do ano, sendo possível controlar os processo de fermentação de forma científica exata, pelo entendimento da atividade dos microorganismos e reconhecimento de que diversas leveduras, por exemplo, atuam diferentemente e de que as condições do meio afetam de maneira básica a ação de uma mesma cepa.
Com a evolução da técnica industrial, as cervejarias passaram da fase empírica para a científica. O “Mestre Cervejeiro” conta com todos os recursos técnicos e sanitários para a elaboração de um produto tecnicamente perfeito. Um cervejeiro moderno deve ser um engenheiro, químico ou bacteriologista.

No Brasil 

No Brasil, a cerveja demorou a chegar, pois os portugueses temiam perder o filão da venda de seus vinhos. O hábito de beber cerveja começou nos tempos de D. João VI, época em que a Colônia Inglesa importava a bebida da Europa e, até o final do século passado, o Brasil ainda importava a bebida.
As primeiras indústrias brasileiras surgiram na época da Proclamação da República, em 1889. Essas cervejas nacionais tinham um grau de fermentação tão alto que, mesmo depois de engarrafadas, produziam uma enorme quantidade de gás carbônico, criando grande pressão.
As primeiras marcas nacionais foram a Logos, Guarda Velha e Gabel. Um pouco mais tarde surgiram as marcas Vesosso, Stampa, Olinda, Leal e Rosa, todas de curta duração.
Destino bem diferente teria a “Manufatura de Cerveja” do suíço Joseph Villiger, fundada em 1888, no Rio de Janeiro, portanto, muito antes das demais. Inconformado com a má qualidade das cervejas até então fabricadas no Brasil, ele decidiu abrir uma cervejaria em sua própria casa. Sua fórmula fez muito sucesso e, a cada dia, sua casa estava mais cheia de amigos que queriam beber o novo produto.

Tipos de Cerveja

Estimam-se que existam cerca de 20.000 diferentes tipos de cerveja no mundo. Vejamos alguns:
Ales Belgas Trappist:É uma Ale Belga que começou a ser produzida por monges trapistas em abadias belgas e holandesas. É forte e frutada, se comparada aos vinhos, seria como um bom Porto. Bebe-se na temperatura ambiente.

Ale Bitter: De cor de cobre, é encorpada, tem sabor de malte e de lúpulo bem balanceado.
Altbier: É uma ale tradicional da região de Dusseldorf, tem corpo bem balanceado, sabor limpo e delicado. Servida abaixo de 10 graus.
Brown Ale Scotch Ale: De cor pronunciada, encorpada e com sabor de malte. Muito semelhante à Bitter Inglesa.
Bock: Escura e forte, de baixa fermentação.
Doppelbock: Muito adocicada e suave, de alto teor alcoólico.
Dortmunder: Uma variação da Pilsen produzida na Alemanha. Tem uma sensação de amargor acentuado e mais picante na língua do que as Pilsens em geral.
Gueze, Lambic, Framboise: Seu processo de fermentação diferenciado, o mosto é exposto à contaminação atmosférica, contrário a tecnologia conhecida para se fabricar cerveja. Na Bélgica serve-se como aperitivo de boas vindas.
Kolsh: Cerveja tradicional da cidade de Colonia. Difere da Altbier pelo seu paladar suave e refrescante. É servida a 5°C.
Lager Americana: A cerveja americana era uma versão Pilsner, muito leve, quase sem lúpulo e praticamente sem sabor. Denominou-se Standard Lager Americana.
Lager Brasileira: Muito semelhante à Lager Americana. Com mais lúpulo e fazendo bastante uso de como adjuntos milho e arroz, muito próxima das cervejas escandinavas
Lager Pilsen ou Pilsner: Originária da cidade de Pilsen na Boêmia, na República Tcheca. Muitas cervejas aproximam-se da Pilsner porém muito menos encorpadas e atenuadas em sabor se comparadas às originais, devido à utilização de milho e arroz. Na Boêmia e na Alemanha continua-se a produção de Pilsen com puro malte sem o uso dos adjuntos.
Munchener: Na Bavária produzia-se uma cerveja de baixa fermentação porém de coloração escura e com um leve paladar picante de malte e café. Este tipo foi chamado de Dark-lager. Hoje produz-se em Munique várias lagers claras porém mantendo o sabor acentuado de malte das suas origens.
Helle: Derivada da Munchener de cor clara. É parecida com a Pilsner porém com um sabor mais acentuado de malte.
Pale Ale: É uma Bitter engarrafada, com um nível mais elevado de carbonação.
Porter: Originária da Londres dos séculos 18 e 19. Feita com cevada torrada não maltada e grandes quantidades de lúpulo. É uma cerveja preta extremamente amarga e com bastante espuma. Servida a 13 graus, normalmente consumida com frutos do mar.
Stout: Similares às Porters. As Stouts inglesas são geralmente adocicadas, já as Stouts irlandesas são secas, amargas, intensas e com um sabor de café queimado. São melhores na temperatura ambiente.
Vienna, Marzen, Oktoberfest: De cor avermelhada proveniente de Viena que inspirou os alemães a produzir a Marzen. Na Alemanha é produzida para consumo nos tradicionais BierGarten, que no mês de outubro, ganha o nome de Oktoberfest.
Weizenbier: Cerveja branca ou feita com trigo. ácida, muitas vezes opaca e não filtrada. É uma cerveja típica de verão.
Wheat Berliner Weisse: Produz uma espuma densa e efêmera, desaparecendo tão logo é servida. Possui baixo teor alcoólico, é altamente refrescante e de paladar ácido.

Gastronomia


Não importa em que idioma se levante um brinde, desde que seja regado pela mais saborosa cerveja, que pode ser alemã, brasileira, belga ou irlandesa. O universo cultural da “cerva”, sabiamente apelidada pelos gregos de “néctar da vida”, ganha mérito nas palavras do especialista no assunto, Xavier Depuydt Cynthia Pastor.
Com um sotaque pra lá de divertido, o simpático e notório mestre em cervejas,o belga, Xavier Depuydt, radicado no Brasil desde 1996, é dono no Rio de Janeiro da cultuada Belgian Paradise, um misto de cervejaria e loja. Em entrevista exclusiva para o Jornal da Comunidade, Depuydt mostra o caminho das pedras das cervejas importadas e ensina que as nuances etílicas da “loura” são mais diferenciadas do que julga nossa vã filosofia cervejística. Confira!
Depuydt, você ficou muito famoso depois de deixar o apresentador Jô Soares meio tonto em uma degustação de cervejas?É… (risos) em embebedei ele só um pouquinho.
Quando você chegou ao Brasil?Cheguei em 96 e em 97 comecei imediatamente a importar cervejas. A Duvel belga foi a primeira que importei e depois outros rótulos. A grande vantagem que eu tive em toda essa história foi começar com cervejas caras, porque ficou mais fácil baixar os preços depois. Se você começa com uma cerveja barata é muito difícil aumentar os preços.
Você fala da questão qualidade-preço de uma cerveja como a belga Stella Artois, muito consumida na Europa. Aqui no Brasil, sabor e valor combinam?Hoje só tenho algumas que são mais caras, outras já têm o preço bem básico. Quanto ao sabor, não existe cerveja ruim, mas cervejas que não são adequadas ao paladar de cada pessoa. Se você pegar 10 pessoas que gostem de Brahma e que nunca tomaram uma outra cerveja na vida e oferece uma Stella Artois já vai ser diferente. Tudo depende da evolução do paladar. A evolução passa pelas importadas como a cerveja Deus, por exemplo, ou então a pessoa fica parada no que já conhece. Temos ainda as alemãs que são mais amargas, contudo, a maioria das pessoas confundem amargor com sabor. Pilsen não tem sabor, Pilsen tem amargor. Um exemplo é a Stella Artois, que é fabricada no Brasil hoje, onde baixaram 10% no amargor porque os brasileiros não gostam do amargor, mas os ingredientes importados são os mesmos.
Quais são as cervejas mais tradicionais na Europa?Lá temos vários parâmetros. O país que bebe mais cerveja do mundo é a Tchecolosváquia, que consome 150 litros per capita. No Brasil acho que são só 54 litros por pessoa, dependendo do poder aquisitivo. Na Bélgica a gente consome em média 98 litros por pessoa por ano, mas a Bélgica na regra é uma exceção, porque lá 67% são cervejas pilsener, então se você calcular o percentual em relação a outros países vai ver que os belgas são os maiores bebedores de cervejas fortes e encorpadas. Hoje temos por lá quase 800 marcas e 658 tipos de cervejas. O que é impressionante para um país pequeno. Na Alemanha por exemplo, existem três mil cervejarias, onde eles fabricam as mesmas cervejas: Weiss Beer, Pilsener, Bock, Double Bock e só, acabou.
Então acreditar culturalmente que os alemães e os ingleses é que são os bons bebedores é um erro?Ainda há muito desconhecido sobre a cultura da cerveja. Dizer também que os alemãe têm a melhor cerveja não tem nada a ver. Um dos grandes críticos da cervejaria, o inglês Michael Jackson (não é o cantor, por favor! Risos), diz que com tantos tipos ele nunca tomou uma cerveja igual a outra. A Duvel, nascida nos anos 70, é um exemplo de cerveja de sucesso e todo mundo começou a copiar o contexto relacionado ao nome. E ninguém precisa fazer uma cerveja igual e com nome igual também. Na Bélgica fazemos degustações de vários tipos, com vários produtores em uma cervejaria. Já aqui no Brasil todo mundo é concorrente. Lá na Bélgica ninguém concorre, muito embora não se conte o segredo de sua cerveja, tudo é discutido em conjunto com as exportações, como andam os sabores, ou seja, se questiona a qualidade das cervejas produzidas e que não são iguais. Um exemplo de diferenciação essencial do produto são as cervejas carmelitas fabricadas no mosteiros belgas.
Cerveja tem terroir? É igualzinho ao vinho. Os cervejeiros, por exemplo, compram o lúpulo de uma região e o grão para gazer uma cerveja, se no período tinha mais chuva o sabor da cerveja será certamente diferente. Mas eles controlam os sabores e fabricam as cervejas em tanques e criam uma certa padronização que é adotada pelas grandes cervejarias por aqui. Já as pequenas cervejarias no Brasil não têm fabricação suficiente, elas produzem um tanque de 1,5 mil litros por vez. Na próxima fabricação, se houver um atraso do malte que vem da Inglaterra, e se este estiver diferenciado em sabor por causa das chuvas e do solo, o produtor já vai fazer uma cerveja com sabor que não é igual. E às vezes a diferença é muito grande.
Existem cerveja importadas que são fabricadas como alguns vinhos, com certas regras e numa só época do ano?Sim. Um exemplo é a Gouden-Carolus, que é fabricada só no dia 24 de fevereiro, que é o aniversário do imperador Carlos V.
Como são diferenciadas as imponentes marcas das plebéias?O preço da cerveja é feito pela raridade do produto. Na Bélgica temos, por exemplo, as Trappist Beer, produzidas em mosteiros na Europa. É um produto que vem com uma identificação de autenticação, é como se fosse um produto de origem controlada para os próprios mosteiros fabricantes da Trappist na Alemanha, Holanda, Bélgica, que controlam a marca. Essa cerveja é vendida na porta dos mosteiros. Os padres só a fabricam quando precisam de dinheiro para sustentar a irmandade, imagina que felicidade! (risos). A raridade é que conta. Daí eu pensei, eu preciso ter essa cerveja no Brasil. Pedi para uma amiga comprar uma caixinha de cada vez. Em sete meses acumulamos 30 caixas. Aqui no Brasil cada garrafa está saindo a R$ 50. Agora, a melhor cerveja não existe, pois depende unicamente do seu paladar. Uns vão falar que a Brahma é a melhor, outra que a Stella Artois é a melhor e por aí vai. Eu tenho uma lista de 20 preferidas. E você não imagina como é um mundo complexo.
Existem cervejas de guarda, como no caso do vinho?Eu tenho uma adega de cervejas. Tenho cervejas de 1999, desde quando comecei a colecionar. Montei essa adega dentro de um balcão que tem uma temperatura constante de 18 graus.
E no que tange a degustação. Como funciona?Existe um copo próprio para degustação de cervejas. A Universidade de Louvain, na Bélgica, fez um estudo sobre o copo ideal e concluíram que a tulipa é a melhor para degustação da cerveja. A tulipa guarda a espuma por mais tempo e se você girar o copo a espuma volta e os aromas também.
Degustação é olho, nariz e boca. O primeiro ato sensorial que vai para o inconsciente é a cor da cerveja, depois os aromas. Nesse ponto a pessoa já tem 75% de uma idéia da cerveja que vai beber. Aí quando prova, vem a surpresa ou a decepção. Uma vez fizemos uma degustação no restaurante Leopoldo com dois chefs renomados que disseram que não imaginavam que a cerveja pudesse combinar com sobremesas,por exemplo. Outra vez, fizemos uma degustação de queijos com vinho e com cervejas e aí vimos que no caso do vinho com queijos o sabor de um dos dois domina, já no caso da cerveja, ela combina muito bem com qualquer queijo.
Então, dando continuidade à harmonização com a gastronomia, o que você sugere?A harmonização da cerveja funciona basicamente assim: cerveja leve combina bem com comida leve e cerveja forte e encorpada com carnes e molhos fortes. Por exemplo, um mexilhão vai muito bem com uma boa cerveja de trigo ou com Pilsener. Outra boa pedida é cerveja Blanche com chocolate belga em sima ou Rochefort 8 que combina perfeitamente. Uma carne como a Carbonada de Boeuf, por exemplo, é feita à base de cerveja, mas independente de ser feita com a bebida, o molho é muito denso e você deve então beber uma cerveja mais encorpada.
E a regra da regionalização se aplica à cerveja?Sim, com certeza. Qualquer restaurante como um mínimo de especialização em cervejas lá na Europa te traz o prato com uma cerveja junto. Lá você pode escolher pelo menos 650 tipos.
E sobre a importação e a exportação das brasileiras?Hoje temos sete ou oito importadores de cerveja. Tudo começou com a Duvel e hoje você já encontra boas marcas até mesmo em supermercados. Em relação à exportação, é preciso que se entenda que a Brahma que vai para a Europa não é a Brahma daqui. Ela é fabricada numa cervejaria da Amblev lá pela Europa e o lúpulo foi trocado, assim como o tipo de cevada para atender ao gosto daquele mercado, ou seja, o sabor é adequado para o consumidor específico. Outra coisa, aqui a cerveja tem conservantes, lá não. Se você bebe uma cerveja daqui na praia, num calor de 40 graus, tudo fica bem, mas se você bebe uma Stella Artois por exemplo na mesma situação você cai, porque a Stella tem um teor alcoólico muito mais alto e adaptado para o gosto europeu. Agora eu desafio que se coloque todas as marcas de cervejas brasileiras atuais juntas em uma degustação e que ninguém consiga identificar uma diferença forte entre elas. O sabor neutro infelizmente está muito padronizado e é triste admitir que essa é uma tendência mundial porque se tem a ambição de produzir muito. Você acha, por exemplo, que Mc Donald’s é bom ou tudo tem o mesmo gosto? Nós precisamos da imprensa para divulgar as variedades da cerveja, porqu
e cerveja não é Coca-Cola.

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Campari Bitter


Originário da Itália, é reconhecido mundialmente por seu exclusivo sabor amargo e pela cor vermelho vivo. Pode ser servido on the rocks ou misturado a Tônica, suco de laranja e uma infinidade de outros ingredientes que produzem um sem número de coquetéis por todo o mundo. CAMPARI é a escolha perfeita para quem gosta de sabores originais. Um verdadeiro clássico contemporâneo.




A história
A história de CAMPARI teve origem quando, ainda jovem, Gaspare Campari viajou a Turim para aprender a preparar licores e outras bebidas finas. Trabalhou como garçom e barman e aproveitava as horas livres para experimentar novas receitas. Em 1860, de volta a Milão, sua terra natal, inaugurou a Fabrica di Campari Gaspare Liquorista, que produzia o elixir Lunga-Vita, o Olio di Rhum e o licor Soprafino Rosa. Mas a bebida CAMPARI só apareceu quando Gaspare abriu o Caffè Campari, localizado na Galeria Vittorio Emmanuele, defronte a catedral de Milão, no ano de 1867. Nessa época, todos os donos de bares e restaurantes preparavam suas próprias bebidas, para serem servidas a clientela. Gaspare queria um resultado muito maior, do que simplesmente servir uma bebida ou coquetel. Ele queria ser lembrado de uma forma especial. Por isso começava cedo a produzir suas infusões e néctares, pensando sempre em agradar seus clientes e ser diferente. Foi assim que seu “Bitter allíuso di Hollanda”, uma bebida de cor vermelho brilhante e sabor doce amargo, era servido de entrada como cortesia. Ele se referia ao coquetel como amargo da Holanda. Mas de holandês não tinha nada. Era apenas um charme de Gaspare, já que as bebidas holandesas estavam na moda. Mas os clientes sempre pediam “o bitter de Campari”.-

Somente em 1892, é fundado em Milão o primeiro estabelecimento de produção industrial da bebida. Esta transformação inicial determinou que a família investisse muito dinheiro atrás de retornos maiores, já que a produção era toda vendida. Imediatamente contratam vários artistas e cartunistas como Cesare Tallone, Leonetto Cappiello, Marcello Dudovich, Adolfo Hohenstein para desenhar a marca, começando assim a surgir a empresa CAMPARI. Apesar de tudo isso, a produção da bebida começou somente em 1904 na cidade de Milão quando a nova fábrica localizada em Sesto San Giovanni, que se manteve em atividade até 2005, quando a produção do CAMPARI foi transferida para as modernas instalações de Novi Ligure, foi inaugurada. Por volta de 1920, Davide Campari, um dos filhos e sucessor do fundador da empresa, iniciou as atividades de expansão do negócio. Em 1923, o CAMPARI começou a ser exportado para Argentina e Somália e posteriormente produzido em fábricas na França, Suíça e Brasil. Essa expansão internacional ganhou força na segunda metade do século 20. Em 1932 a empresa lançou a primeira extensão da marca CAMPARI com a introdução do CAMPARI SODA, primeiro drinque pronto para beber do mundo. O drinque, uma mistura de CAMPARI com soda se tornou um aperitivo ícone na Itália.--Na década de 60, a marca já estava presente em mais de 80 países. Durante 20 anos a marca CAMPARI acompanhou o circo da velocidade, especialmente da Fórmula One, no mundo inteiro. A manobra foi vital para fazer de um pequeno fabricante de Milão, um conglomerado global. No início dos anos 90, por conta da rápida consolidação do mercado mundial do setor, a CAMPARI teve que decidir entre crescer através de aquisições ou se conformar e defender um mercado de nicho. Crescimento foi a decisão e um programa de aquisições, que teve início em 1995, a levou a competir no mercado global de bebidas. O objetivo foi criar um portifólio de marcas que pudesse ser expandido internacionalmente. Em 2002 a empresa introduziu no mercado a bebida de baixo teor alcoólico pronta para beber CAMPARI MIXX, que combinava o sabor de CAMPARI com frutas como laranja e grapefruit.--A fórmulaCAMPARI é um bitter alcoólico, feito com água destilada, açúcar e mais 50 ingredientes (folhas, caules, raízes, frutos e flores), numa receita guardada em segredo absoluto. É produzido através da infusão de álcool e água destilada, misturada à ervas, plantas e frutas. Após a combinação dos componentes, CAMPARI é envelhecido por trinta dias e depois é filtrado, para criar um efeito cristalino. O segredo de seu sucesso é a imutável receita original, que leva cerca de sessenta ingredientes oriundos dos quatro continentes.-A cor vermelhaA cor vermelha, batizada pela marca de Red Passion, é entendida como um modo de viver, de pensar, uma expressão artística, uma experiência e um ideal. A sensualidade cosmopolita da Red Passion vinda de CAMPARI está presente em toda a comunicação da marca: propagandas, calendário, eventos, coquetéis e na Internet. Afinal, onde há CAMPARI há paixão e onde há paixão há o desejo de se fazer mais, ser mais e expressar mais.--A diversificação de produtosAtualmente, o Gruppo CAMPARI é um dos maiores produtores de bebidas destiladas do mundo, sendo proprietária de 40 marcas de bebidas alcoólicas e refrigerantes. A diversificação de sua linha de produtos, até então composta apenas pela bebida CAMPARI, começou em 1995, com a aquisição do grupo holandês BoisWessanen, proprietário das marcas Cynar, e dos os refrigerantes Crodino, Lemonsoda e Orangesoda. Nos anos seguintes a empresa adquiriu importantes marcas como a SKYY Vodka em 1998; a Cinzano, marca líder no mercado de vermouth e vinhos espumantes, e a Ouzo 12, bebida à base de anis, símbolo da cultura grega, adquiridas em 1999; as marcas brasileiras as marcas Dreher, Old Eight e Drury´s em 2000; a Barbero, empresa proprietária da marca Aperol, importante aperitivo de baixo teor alcoólico com grande presença no mercado italiano, comprada em 2003; as marcas de uísques Glen Grant, Old Smuggler e Braemer, compradas em 2006 junto com a destilaria na Escócia, fortalecendo assim sua presença no mercado global de bebidas.


Historia das Bebidas


Cachaça


Primórdios do XVI
O caldo era apenas consumido pelos escravos, para que ficassem mais dóceis ou para curá-los da depressão causada pela saudade de sua terra (banzo).
Como a carne de porco era dura, usava-se a aguardente para amolecê-la. Daí o nome "Cachaça", já que os porcos criados soltos eram chamados de "cachaços".
O apelido "Pinga" veio porque o líquido "pingava" do alambique.
2ª metade do Século XVI
Passou a ser produzida em alambiques de barro, depois de cobre, como aguardente.
Século XVII
Com o aprimoramento da produção, passou a atrair consumidores. Começou a ter importância econômica e valor de moeda corrente.
Ano de 1635
Contrariado com a desvalorização de sua bebida típica, a Bagaceira, produzida do bagaço da uva, Portugal proibiu a fabricação da Cachaça e seu consumo na colônia brasileira.
Menos da metade do Século XVII
A retaliação à Cachaça provou o nacionalismo brasileiro, levando o povo a boicotar o vinho Português.
Final do Século
Portugal recuou quanto à decisão de proibir o consumo da Cachaça brasileira e decidiu apenas taxar o destilado.
Anos de 1756
A aguardente da cana-de-açúcar era um dos gêneros que mais contribuía para a reconstrução de Lisboa, abalada por terremoto em 1755.
Ano de 1789
A Cachaça virou símbolo da resistência ao domínio português. O último pedido de Tiradentes: "Molhem a minha goela com cachaça da terra".
Inicio do Século XIX
Com as técnicas de produção aprimoradas, a Cachaça passou a ser muito apreciada. Era consumida em banquetes palacianos e misturada a outros ingredientes, como gengibre, o famoso Quentão.
Depois da metade do Século XIX
Com a economia cafeeira, abolição da escravatura e início da República, um largo preconceito se criou frente a tudo que fosse brasileiro, prevalecendo à moda da Europa. A Cachaça estava em baixa.
Ano de 1922
A Semana da Arte Moderna resgatou a nacionalidade brasileira. A Cachaça ainda tentava se desfazer dos preconceitos e continuava a apurar sua qualidade.
Depois da metade do Século XX
A Cachaça teve influência na vida artística nacional, com a "cultura de botequim" e a boemia. Passou a ser servida como bebida brasileira oficial nas embaixadas, eventos comerciais e vôos internacionais. A França tentou registrar a marca Cachaça, assim como o Japão tentou a marca Assai.
Século XXI
A Cachaça está consagrada como brasileiríssima, é apreciada em diversos cantos do mundo e representa nossa cultura, como a feijoada e o futebol. Em alguns países da Europa, principalmente a Alemanha, a Caipirinha de Cachaça é muito mais consumida que o tradicional Scott. A produção brasileira de Cachaça já ultrapassa os 1,3 bilhões de litros e apenas 0,40% são exportados.
A industrialização da Cachaça emprega atualmente no Brasil mais de 450 mil pessoas. O Decreto 4.702 assinado em 2002 pelo presidente FHC, declara ser a Cachaça um destilado de origem nacional.


PRODUÇÃO DA CACHAÇA
A cachaça pertence à nobre família das aguardentes, da eau-de-vie ou aquavit. Trata-se de um destilado feito à base de cana-de-açúcar, leveduras e água. Seu processo de fabricação inicia-se com a moagem da cana, que produz um caldo ao qual adiciona-se água, resultando no mosto. Sob o efeito das leveduras, o mosto entra em processo de fermentação. Depois da decantação, na qual separam-se as borras, processa-se a destilação num alambique tipo cebolão.
O primeiro corte, ou "cachaça de cabeça", contém muito álcool e de todos, é o que apresenta o sabor mais forte. O corte do meio, ou "do coração", é que será industrializado. A porção final, ou "rabo", contém substâncias tóxicas. A cachaça de coração quase não apresenta gosto ou cheiro, que só irá adquirir com o envelhecimento em tonéis de carvalho, bálsamo ou vinhático.
Vamos simplificar o processo de produção da cachaça nos seguintes passos: corte da cana, fermentação, destilação e envelhecimento.


CORTE
O primeiro passo é o corte da cana e a extração da garapa ou suco da cana que precisa ser bastante limpa para obter-se um produto de qualidade. No Brasil, a cana de açúcar atinge o ponto máximo de sacarose entre junho e julho e o solo ideal deve ter o pH entre 4,5 e 6. Outro fator importante sobre o corte é que a cana verde vai produzir metanol, o que é indesejável em uma boa "cana".


FERMENTAÇÃO
A fase da fermentação é onde o açúcar é transformado em álcool. A fermentação é dita artesanal quando acontece de forma espontânea a partir da cana moída.
A fermentação caipira consiste em introduzir na garapa agentes catalisadores como o fubá, farelo de trigo, arroz, soja ou milho. Nos alambiques artesanais, a fermentação deve durar aproximadamente 18 horas.
A fermentação industrial é induzida por agentes químicos.
Na fase de fermentação é que deve ser tomada a decisão de fazer ou não a infusão de frutas, ervas ou outros elementos que, ao fermentar junto com a garapa, darão sabor ao álcool.


DESTILAÇÃO
Esta é a fase final do processo de produção da cachaça. A garapa fermentada é levada para o alambique onde é aquecida e o álcool é concentrado. Como o álcool tem um ponto de evaporação mais baixo que a água, ele se desprende da garapa primeiro produzindo o que se chama "cachaça de cabeça", que é extremamente forte, por volta de 75o GL, e possui muitos elementos não desejados como o metanol. Conforme a destilação prossegue, cada vez mais água vai sendo adicionada à cachaça, chegando ao ponto onde não temos praticamente mais álcool. Isso é o que se chama de "cauda". Então para se ter um produto de melhor qualidade, corta-se grande parte da cabeça e da cauda da batelada..


ENVELHECIMENTO
A partir da destilação, a cachaça poderá ser engarrafada ou envelhecida em madeira. O importante no envelhecimento é permitir a oxidação do álcool. Então um recipiente de metal não permitirá o envelhecimento adequado por não permitir entrada do ar. Podem ser usados vários tipos de madeira como o carvalho, ipê, pau d’água, etc. A escolha de um bom recipiente de envelhecimento é fundamental para o sabor final do produto.
A aguardente-de-cana, a bebida mais popular do Brasil é definida pela legislação brasileira como produto alcóolico obtido a partir da destilação do caldo de cana fermentado, devendo apresentar teor alcóolico entre 38º e 54º GL.

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ABSINTO



Absinto com torrão de açúcar
"Absinto" é uma bebida feito da erva Artemisia absinthium. Anis, funcho e por vezes outras ervas compõem a bebida. Ela foi criada e utilizada primeiramente como remédio pelo Dr. Pierre Ordinaire, médico francês que vivia em Couvet na Suíça por volta de 1792.
É por vezes incorretamente chamado de licor, mas é na verdade uma bebida destilada.
O absinto foi especialmente popular na França, sobretudo pela ligação aos artistas parisienses de finais do século XIX e princípios do século XX, até a sua proibição em 1915, tendo ganho alguma popularidade com a sua legalização em vários países. É também conhecido popularmente de fada verde em virtude de um suposto efeito alucinógeno. Charles Baudelaire, Paul Verlaine, Arthur Rimbaud, Vincent van Gogh, Oscar Wilde, e Aleister Crowley eram adeptos da fada verde.

Aparência e consumo
Rótulo com a graduação alcóolica do Absinto.
Tem geralmente uma cor verde-pálida, transparente ou, no caso de envelhecido, castanho claro. Apresenta uma porcentagem de álcool altíssima (53,3 % a 68 %).
Para apreciação de novos sabores, era servido com torrão de açúcar e láudano, este último um opióide. Sem o láudano, atualmente pode ser consumido com água, que reduz a graduação alcóolica da bebida. Desta forma, sobre o copo com a bebida é colocada uma colher perfurada que sustenta o torrão de açúcar, e por onde passará a água gelada que será vertida lentamente sobre o torrão.
Recentemente no Brasil foi legalizada a sua venda, porém teve de adaptar-se à lei brasileira. Seu teor alcoólico é de 53,5 ºGL e não contém losna (Arthemisia absinthium).

Mixologia Molecular


As bebidas e os cocktails têm agora uma variedade de formas e sabores que eram impossíveis há uns anos atrás e isso deve-se aos avanços da mixologia molecular.



A mixologia molecular
A mixologia molecular é o termo aplicado ao processo de criação de cocktails através da utilização de equipamento científico e as técnicas principais da gastronomia molecular. Trata-se de um processo moderno que possibilita a produção de uma maior variedade e intensidade de sabores, combinação de sabores diferentes, aromas, texturas e efeitos visuais que melhoram a experiência de beber um simples cocktail. O primeiro exemplo de mixologia molecular foi a estratificação de bebidas (densidade e viscosidade) e, como tal, a pousse-café (um estilo de bebida apresentado em camadas) foi um dos primeiros modelos. Atualmente, a mixologia molecular trabalha principalmente com as propriedades físicas de uma bebida.



Os objetivos da mixologia molecular
O objetivo principal da mixologia molecular passa por trabalhar a matéria de uma determinada bebida ou cocktail, mudando os estados moleculares dos seus ingredientes principais – é a chamada teoria da desconstrução. Este conceito promove uma experiência sensorial única para todos os consumidores, pois possibilita comer um Martíni em forma de gelatina em vez de o beber, ou degustar um Bloody Maryna forma de espuma e isso são sensações e experiências únicas, impossíveis de imaginar há uns tempos atrás. Esta é uma prática que tem vindo a atrair milhares de apreciadores, sendo por isso objeto de estudo para muitos mixologistas em todo o mundo.



O equipamento utilizado na mixologia molecular
O equipamento utilizado na mixologia molecular pode ser muito variado e pode implicar desde um simples maçarico até um item mais especializado como a sous-vide que, em francês, quer dizer “sob vácuo” e refere-se a um método de cozinhar em sacolas plásticas seladas a vácuo em baixas temperaturas durante muito tempo. Estas infusões permitem combinações inesperadas de sabores noscocktails, incluindo os aromas de substâncias não comestíveis, como o tabaco, perfumes e até artigos de couro. É de realçar que os mixologistas também utilizam um evaporador rotativo para a preparação de destilados e extratos.



As técnicas mais populares da mixologia molecular
As técnicas utilizadas por um barman na mixologia molecular são, na sua maioria, técnicas ligadas à gastronomia molecular, como a esterificação, emulsificação e gelificação. Dessa forma, um cocktail pode ser apresentado com a forma de espuma, pó, gel, entre outros, e isso é sinónimo de uma experiência exclusiva para todos os consumidores. Atualmente, existem muitos bares e barmans que se especializaram em mixologia molecular, assim como restaurantes especializados em gastronomia molecular.